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maio 28, 2013

Brincos de Princesa (Fúcsia)

Fúcsia (Fúchsia)

Nome comum: Brincos de Princesa

Família: Semi-resistente, arbustiva perene

Descrição:
Assim batizada em homenagem ao botânico alemão Leonhard Fuchs, esta planta possui flores de cores vibrantes e variadas, que contrastam com as folhas de cor verde escuro. Dão-se bem tanto ao ar livre em jardins, como no interior em vasos ou em cestos de pendurar, em varandas e pátios protegidos. Se proporcionados os cuidados devidos aos caules delicados, folhas e flores da fúcsia, o resultado é duradouro e espetacular.
Local: A planta é nativa da Nova Zelândia e da América do Sul e Central, mas fácil de cultivar em Portugal.
Cultura: Existem vários tipos de Brincos de Princesa e inúmeras variedades híbridas já desenvolvidas em laboratório. As mais resistentes são as standard, embora não sejam as mais vistosas.
Luz: Os Brincos de Princesa podem ser cultivados num local que receba diariamente bastante luz solar, sobretudo pela manhã e do lado nascente, ao invés do calor quente da tarde. Se o local tiver sol pela manhã e sombra pela tarde, será a melhor receita para qualquer fúcsia, seja de que tipo for.
Humidade:  As fúcsias não apreciam água a mais, por isso é de evitar regar em abundância mesmo no verão, sendo preferível utilizar pequenas quantidades mas com maior frequência. A rega deve ser feita de manhã cedo de preferência, em maior quantidade no verão do que nas estações mais frescas. Uma regra de ouro para cuidar convenientemente de uma fúcsia é manter sempre o solo húmido ao toque, regando o número de vezes necessário mas nunca em excesso como já foi referido.
Resistência: Não é difícil cultivar esta planta uma vez que exige muito poucos cuidados. Fertilizar semanalmente no verão e no outono com produto próprio para tomateiros (NPK: 20-20-20) e no inverno em menor quantidade, utilizando um fertilizante mais fraco. 
Propagação: propaga-se por enxertia, por sementes ou por estacas retiradas de uma planta saudável. Esta é mesmo a solução mais fácil e que resulta melhor. Corta-se um caule que esteja verde e flexível, com 7 a 10 cm deixando do lado que vai para a terra um centímetro de caule livre abaixo do primeiro nódulo. No nódulo seguinte, onde deve haver duas folhas, cortam-se as pontas das folhas deixando apenas o pecíolo ou pé da folha ligado ao caule. No topo deve ficar o chamado ápice, com duas ou três folhas, que se mantêm sem cortar. Convém desinfetar os instrumentos de corte que forem utilizados, com álcool puro ou outro produto desinfetante. Pulveriza-se o pé do ramo cortado com um pouco de fertilizante para enraizar e coloca-se em solo preparado e húmido, pressionando com os dedos cuidadosamente junto ao caule para o prender. Enterra-se apenas um pedaço até um pouco abaixo do segundo nó, para que fique bem fixo e não apodreça.
Utilização: Quando o vaso estiver dentro de casa ou numa estufa, continua-se a regar para manter o solo húmido, mesmo no inverno. Quando a temperatura começar a permitir, no início da primavera quando não haja perigo de geadas ou golpes de frio, pode colocar-se os vasos no exterior, e começar por repicar (ou pinchar) as pontas cortando com os dedos as folhas do ápice e eliminando as folhas amarelas ou secas. Também as flores devem ser retiradas logo que murchem, para permitir nova floração e fornecer um aspeto mais limpo a toda a planta.
Características:
Estas plantas exigem muito pouco cuidado, exceto no inverno, época em que por regra as fúcsias apresentam um aspeto algo abandonado e parecem por vezes mesmo mortas. Geralmente não é esse o caso, estão apenas adormecidas e podem até ser estimuladas a acordar antes do tempo normal.
No caso das plantas mantidas em estufa ou num local protegido durante o inverno, é normal que após o outono e dependendo das regiões serem mais ou menos frias, os Brincos de Princesa deixem cair a folhagem toda ou quase toda, que começa por ficar amarela, a que se sucede um emaranhado de caules escuros acastanhados e com aparência de secos.
Ainda que continuem a nascer algumas folhas, sobretudo quando se encontram num local protegido, estas desenvolver-se-ão muito lentamente, contrariamente ao que acontece durante o tempo quente quando os Brincos de Princesa crescem com grande vitalidade.
Na verdade as plantas aproveitam a época do ano mais fria para descansar e recuperar do processo de floração, certamente exigente e esgotante, que nos Brincos de Princesa se desenvolve ao máximo nos meses de primavera e verão. Portanto, se a sua fúcsia parecer relutante em acordar, gerar folhagem e despertar antes de março ou maio de cada ano, não entre em pânico, o mais certo é estar a recuperar da floração da época anterior e isso é bom para a planta.
Por maioria de razão se no início do outono anterior se procedeu à poda - conforme indicado para a espécie em causa na seção adequada deste site – pode acontecer que ela tarde mais a recuperar. Apenas nos locais onde a temperatura é mais moderada podem começar a aparecer antes da primavera pequenas folhas junto ao caule principal e mesmo assim, tardarão a desenvolver-se plenamente.
Se esse processo não começar no tempo próprio, pode acontecer que a planta necessite de mais tempo ou também que parte ou a totalidade da planta esteja morta. Embora quando a envolvente lhes é favorável, os Brincos de Princesa durem anos e anos sem problemas, pode acontecer que parte ou a totalidade de uma planta seja atingida por frio demasiado ou por pestes que a destroem. Em todos os jardins há quebras na passagem de uma estação para outra.
Cuidados:
Para saber se a planta está viva, deve proceder-se de forma cautelosa, escolhendo um ramo e raspando cuidadosamente com a unha até encontrar a parte interior onde a planta deverá ser verde. Apenas acontece que ainda não terá as condições climatéricas de que gosta e por isso, manter-se-á em repouso até que isso aconteça.
Caso o caule no ponto onde raspou não esteja verde mas sim castanho, então será necessário investigar melhor, porque mesmo que essa parte tenha secado, a planta pode ainda estar viva. Não esqueça que a luminosidade é muito importante para uma planta começar a dar sinais de que está pronta para acordar do sono de inverno e dar rebentos.
Se assim for, no mesmo caule mas um pouco mais abaixo do lado da terra, vá raspando o caule com a unha para ver se encontra verde no interior. Caso não encontre é sinal de que esse caule morreu devido ou ao frio ou por outra razão e pode cortá-lo rente ao caule principal. Mas dando-se o caso de existir seiva, então corta-se apenas daí para cima, deixando a parte verde na planta, a qual se desenvolverá mais tarde quando condições mais favoráveis o permitirem.
Deve pois repetir esta operação em vários ramos para detetar o que está morto e o que está apenas adormecido, cortando apenas a parte que morreu e esperando que o resto se desenvolva. Se não tiver certezas, pelo sim pelo não deixe ficar como está e espere pelo tempo quente.
Por outro lado, acontece que tendo a planta morrido é provável que da base venham a crescer novas folhas e então terá uma nova planta. Ou se as raízes da planta que parece morta estiverem brancas a planta poderá sobreviver, mas se estiverem castanhas é porque morreu. Deite fora e plante uma nova estaca, de preferência uma que terá preparado a partir de uma outra planta durante o Outono, opção esta muito fácil para reproduzir e repor eventuais quebras.
Se, apesar de ter o caule verde, mesmo assim em janeiro que coincide com o meio do inverno, as folhas ainda não tiverem nascido, o crescimento pode ser estimulado a partir de alguns truques específicos. Algumas destas plantas gostam de ficar um pouco mais tempo em descanso, outras acordam mais rapidamente, dependendo da espécie ser ou não mais exigente com a quantidade de luz e calor que recebe.
Não havendo forma de saber qual o método mais correto, é bom saber-se que as fúcsias mais comuns (standard) são em geral mais difíceis de acordar, não se sabe porquê. Porém, há quem faça uma aspersão diária de água morna nos caules e assim “engane” a planta que julga já ser primavera, através do amolecimento do caule que passa a absorver a humidade disponibilizada e a estimular o crescimento de folhas novas. Mas cuidado porque embora a fúcsia goste de humidade, quando é a mais corre o risco de apodrecer, sobretudo no inverno ao ar livre.
Um pouco de fertilizante fraco também pode estimular o crescimento de folhas, mas cuidado para não sujeitar a planta a um esforço para o qual não existirão as condições ideais, que fará com que enfraqueça ou morra.
Aliás a melhor forma de matar uma fúcsia no inverno é dar-lhe água a mais, porque ao não conseguir absorver a humidade a um ritmo que evite o apodrecimento das raízes, fatal nesta espécie de planta, ela provocar-lhe-á a morte. Também nos locais muito frios a água pode gelar provocando o congelamento das raízes, portanto aqui vai de novo um aviso sério com a quantidade de rega nessa época do ano.
As espécies mais comuns, em particular, são mais difíceis de retomar o crescimento no fim do inverno. Existe uma forma de melhorar essa situação. Como em geral os caules são mais longos do que nas outras espécies, uma forma de estimular o crescimento das fúcsias standards é deitá-las na horizontal durante algum tempo, o que permitirá que a seiva corra mais facilmente de uma ponta à outra, ao invés de subir da raiz até acima. Para a planta é mais fácil e rápido que a seiva corra ao longo do caule e não de baixo para cima, o que não custa nada tentar e costuma dar resultado! Logo que comece a dar sinais de vida pode-se então endireitar o vaso, para a posição normal vertical e mantê-la assim durante a época quente. Esta técnica também se pode utilizar noutro tipo de plantas, mas as fúcsias reagem particularmente bem a este truque. Eliminando constantemente as pontinhas ainda verdes ajuda-se a planta a preparar um lindo arbusto verde redondo, que se enche de flores pendentes e muito bonitas.

maio 23, 2013

Estrelícias

Strelitzia reginae
Nome comum: Pássaro do Paraíso, Estrelícia
Família: Strelitziaceae


Descrição:

A flor da estrelícia tem uma forma única e semelhante à cabeça de um pássaro, daí ser também conhecida por Pássaro-do-Paraíso. As cores mais vistosas são o azul-cobalto e o laranja, em tons brilhantes e fortes que acentuam a forma extravagante.
As folhas desta planta são de um verde profundo, com um formato oval, cerca de 20 cm de comprimento e 16 cm de largura. Cada pé forma um maciço que pode chegar a ter 90 cm a 1 metro de largura. Quando em flor o aspecto é extraordinariamente exótico e característico de um cenário tropical, extremamente interessante como foco de organização num jardim.
Localização:
A estrelícia é originária da África do Sul e foi trazida para a Europa em 1773 pelos jardineiros de Sua majestade e destinada ao Royal Botanical Garden do Rei Jorge III, juntamente com outros espécimes vegetais da então colónia. Na realidade, o próprio nome com que foi baptizada resulta do nome da mulher do Rei Jorge, a Rainha Charlotte de Mecklenburg - Strelitz, daí a designação de Strelitzia reginae.
Cultura:
Requer solos ácidos e muito ricos. Quando o solo não é só por si suficientemente fértil, é necessário juntar ao solo esterco de animal, bem amadurecido, ou um fertilizante de libertação lenta no local onde irá ser enraizada, de preferência antes da planta ser colocada. Mensalmente é aconselhável fertilizá-la com adubo líquido.
Luz: para obter flores mais brilhantes e coloridas, a estrelícia deve ser colocada onde exista sol aberto. Se por outro lado se pretender obter folhas verdes e grandes, deve ser plantada à sombra, embora neste caso o número de flores diminua. O melhor compromisso será um local onde o sol e a sombra se alternem em igual medida.
Humidade: requer muita água, excepto no Inverno e em plantas de interior.
Resistência: suporta algum frio embora não resista à geada. No entanto, em locais onde ocorram temperaturas muito baixas, o solo em redor dos caules pode ser protegido com palha, telas, cartões ou outros protectores, de molde a que as raízes não congelem e nesse caso, permitindo que a planta volte a nascer na época própria por volta do fim do inverno/início da primavera.
Propagação: a melhor forma de propagar esta planta é por divisão de cada conjunto de pés em vários pés distintos que se plantam a espaços uns dos outros, de forma a deixar crescer o novo conjunto. Também se pode fazer crescer a planta através de semente, mas o desenvolvimento de uma planta adulta com produção da flor torna-se um processo muito mais lento com este procedimento.
Utilização: a forma como se desenvolve a planta, em formato de moita, permite utilizar a estrelícia no jardim como um pequeno arbusto muito decorativo. Ficam bem isoladas no meio de um jardim, com ou sem outra vegetação mais baixa em volta, ou mesmo no meio de um relvado, devendo a base ter um pequena clareira para que possa desenvolver-se. Pode ser utilizada como sebe ou ainda em interiores, quer em ambiente doméstico quer em espaços públicos. Também providencia um vistoso arbusto com um belo aspecto, perto de piscinas ou de lagos, com a vantagem de não produzir polén ou lixo que seja nocivo, por alterar a qualidade das águas.
Características: quer esteja em flor, quer se encontre no estágio de produção de folhas, esta planta é muito atrativa. Tanto plantada em jardins como através de flores cortadas em jarra, o efeito da estrelícia é sempre muito apreciado e por isso a flor é encontrada à venda nas lojas da especialidade.
Em Portugal o preço da estrelícia não é muito acessível, embora como vimos não seja difícil de reproduzir. A verdade é que na Ilha da Madeira existem produções de estrelícia com grande abundância e mesmo no centro e no sul do país, é fácil encontrá-la em jardins públicos ou privados. Por esta razão, qualquer pessoa que tenha possibilidade de plantar esta espécie não terá grande dificuldade em cuidar dela, vê-la crescer e beneficiar do seu aspecto magnífico e das suas flores extravagantes, durante um período de floração que chega a durar dois meses.
Resta acrescentar que por vezes as flores surgem com um granulado escuro que mais não é do que um fungo, fácil de combater com qualquer fungícida à venda no mercado, ou melhor ainda, com um bom jacto de água dado com a mangueira, quando ainda se encontram fechadas.